Batalha do Pulador
Em 24 de junho de 1894, durante a Revolução Federalista, o Cel. Antônio Ferreira Prestes Guimarães, tendo conhecimento da chegada de Gomercindo Saraiva, chefe da causa revolucionária que veio do Paraná com suas tropas reforçadas, foi aguardá-lo na fazenda do falecido Joaquim Fagundes dos Reis. Com essa união Prestes Guimarães fortificou-se. Depois de passar pelo centro da cidade, a tropa revolucionária foi acampar no Pinheiro Torto. No dia seguinte ao encetar marcha para frente, em direção à Cruz Alta, encontrou no Umbú os postos mais avançados dos legalistas, com os quais travou combate, fazendo-os recuar até o Pulador. Após seis horas de combate, os legalistas sairam vencedores e os revolucionários se viram obrigados a recuar até o Pinheiro Torto, onde atenderam aos feridos e mais tarde rumaram para Soledade. Já os legalistas seguiram o rumo de Cruz Alta. A segunda batalha do Pulador ocorreu em 28, 29 e 30 de junho quando o Cel. Santos Filho (legalista) retornou a Passo Fundo encontrando o comandante Verissimo (revolucionário) que aqui havia ficado com sua tropa. O número de mortes, de ambas as facções, alcançou mais de cinco centenas e cerca de mil feridos.
Lenda da Mãe Preta
Diz a lenda que Mariana, conhecida por Mãe Preta, era uma escrava do Cabo Neves senhor dessas glebas e que tinha um filho que era a sua alegria. Certa vez, o jovem fugiu de casa e não mais retornou, causando assim a morte de sua mãe. Das lágrimas de Mãe Preta teria brotado uma fonte. Antes de morrer, Mãe Preta foi visitada por Jesus Menino, que lhe disse que não chorasse, porque seu filho se encontrava na mansão celeste. Jesus ter-lhe-ia dito ainda: - Em recompensa de tua dor, pede o que quiseres que te darei. Mãe Preta então pediu: - Dá-me a felicidade de ir para junto de meu filho, mas como lembrança quero deixar esta fonte, para quando aquele que dela beba, retorne sempre a esse lugar. O chafariz foi construído em terras do Cabo Manoel José das Neves, mais tarde promovido a alferes e capitão, que foi o primeiro morador proprietário da gleba. Mais tarde ele doou suas terras para a fundação da freguesia, depois vila e hoje cidade de Passo Fundo. Serviu este chafariz primitivamente para dar abastecimento à vila de Passo Fundo, cujo transporte era feito pelo elemento servil.
Origem do Nome
Remonta o nome desta cidade aos velhos dias em que, para evitar a volta e demais inconvenientes da antiga estrada por Viamão e Santo Antônio da Patrulha, os tropeiros entraram pela campanha, ainda deserta, fazendo o trajeto da viagem do sul riograndense para São Paulo e vice-versa, passando por aqui.
Ao vau que hoje chamamos Passo, extendeu-se o nome ao rio respectivo e ao lugar da cidade, originada muito depois em pequeno núcleo de moradores formado junto a estrada, no centro da atual Av. Brasil e que para não confundir-se com outro Passo Fundo situado pouco aquém do local em que posteriormente surgiu a Vila de Lagoa Vermelha, era chamado Passo Fundo de Missões, denominação com a qual aparece ainda em 1856 em documentos públicos.
Como decorre de trabalhos históricos referentes ao Missões Orientais do Uruguai em cujo território está situado o município, o rio que assim foi denominado Passo Fundo é o mesmo Uruguai - mirim do tempo dos jesuítas.
O rio Passo Fundo foi sempre um marco referencial importante para a passagem dos tropeiros que abriram esse novo caminho para encurtar o trajeto até a feira de Sorocaba, e de lá às Minas Gerais. Assim esse novo caminho valentemente desbravado uniu a região das Missões ao centro do País.
O rio Passo Fundo foi testemunho de todos os momentos da nossa história. Viu chegar o índio, se aproximar o bandeirante explorador, o interessado povoador, o trabalhador imigrante, viu passar o tropeiro, chegar o cargueiro, se instalar o comerciante, mais tarde o industriário, o estudante e todos os demais que vieram somar esforços para construir esta gente alegre e esta terra hospitaleira.
Se o rio pudesse falar, diria tudo o que presenciou por aqui: o início do povoamento, a implantação do progresso e a busca do desenvolvimento e do bem estar de todos os seus habitantes.
Datas a serem lembradas
-1800: Comunidades indígenas habitavam o Norte do RS.
-2007: Passo Fundo hoje é uma cidade com mais de 182.233 habitantes. Sesquicentenário de Passo Fundo.
Fonte: Prefeitura Municipal de Passo Fundo

